15 setembro 2013

Trancado a 7 Chaves

Capitulo XII 




   Continuação ....



 - É um pouco complicado. Depois eu conto. – o moreno diz olhando para ela que somente sorri.
 Eles terminam de comer e sobem juntos para o quarto, ela pega o celular e eles descem novamente. Esse era o primeiro dia que passavam juntos e tudo deveria ser perfeito o moreno pensava, iria pagar todos os anos que passaram juntos. Passaram a tarde toda juntos, andando pela cidade, se divertindo. No final da tarde decidiram voltar. Já estavam no quarto do hotel quando o moreno criou coragem para contar a ela sobre sua volta a Inazuma.
 -Kirino. – diz encostado na moldura da porta do banheiro, onde a rósea arrumava o cabelo.
 -O que? – ela diz o olhando pelo espelho.
 -Sobre mais cedo.
 -Ah, é mesmo. O que Robert queria? Havia até me esquecido. O dia hoje foi tão bom, não foi Takuto? – ela termina de fazer um rabo de cavalo fofo e diz o abraçando, mas reparou no rosto do moreno.
 -Er ... bom...
 -O que foi Shindou? – a rósea o olhava manhosa.
 - Como o time acabou perdendo, eles vão voltar e a empresa entrou em um tempo de problema. Robert ligou para que eu voltasse com eles. – ele disse desviando o olhar, mas então ouve um leve riso. – O que foi? – ele arqueia uma das sobrancelhas.
 -Aaah Shindou. Eu entendo. Você tem a empresa e não posso ter você todo o tempo pra mim.
 - Mas eu não quero ir. Quero ficar aqui com você.
 -Eu também quero meu amor, mas você tem que voltar e eu vou te esperar.
 -Vem comigo então Ran. – o moreno segura a cintura da rosa a fazendo ficar mais perto.
 - Nyah Takuto, não posso. Estou terminando minha faculdade e ainda tem meu pai. Vai ser por pouco tempo não vai? – ela dizia brincando com uma mexa do cabelo chocolate.
 - Acho que sim. No máximo 2 meses.
 - Vê? Nem é tanto tempo assim. Em 2 meses eu termino minha faculdade e converso com meu pai e quando voltar ficamos juntos. Certo?
 -Hmm.... certo. – sorri e a beija.
  A noite já havia caído e então decidiram se deitar, Kirino ainda se mostrava cansada e Shindou preferiu não a incomodar. Deitaram juntos e com algumas carricinhas o sono veio.
  No dia seguinte Shindou começou a arrumar suas malas, iria pegar o avião ainda aquele dia. Depois de comerem Shindou pediu para que Tenma fosse junto com Kirino para o aeroporto que ele precisava passar em um lugar antes. Depois de tudo pronto todos vão em direção ao aeroporto. Shindou acaba chegando depois de alguns minutos, todos estavam sentado aguardando o embarque. Logo o moreno apareceu com uma caixinha de veludo preta o que chamou a atenção de todos que o observava. Ele se aproximou e pegou na mão um pouco gélida da rosa que o olhou surpresa.
 - Vou estar longe por esse tempo, mas quero que todos saibam que você é minha Kirino. – ele disse soltando a mão pálida dela e abrindo a caixinha dando visão para um anel prata com algumas pedras safiras. Ele retirou o anel e foi colocando lentamente no dedo longo da jovem, que já estava com um lindo sorriso no rosto.
 -Ah! Como eu te amo Takuto. – Kirino disse em um pulo o abraçando e beijando. Não demorou muito e em meio as caricias eles embarcaram.
 Depois de um tempo olhando o céu, Kirino ligou para Kiya que logo foi a buscar e voltaram para a mansão Kirino.

 POV Shindou Takuto
 Droga. Droga. Droga. Minha vontade era de ficar ali com ela. Quando estávamos nós despedindo percebi uma certa tristeza da parte dela. Eu estava acabado, mas depois de ter entrado no avião não pode fazer nada. Faria tudo que era preciso o quanto antes e voltaria mais rápido. Assim que voltasse pediria ela em casamento, já passamos muito tempo separados e agora quero sempre a ter comigo.
 Tenma estava do meu lado e não parava de falar como estava feliz em eu e Kirino estarmos juntos, eu somente sorria tentando parecer prestar atenção no que ele dizia mas não adiantou nada.
 - Agora vão se casar, não é Shindou? Vão morar em Inazuma, firmar uma empresa, encher a mansão de crianças que eu vou ir visitar sempre e ....
 -Ei, ei. Vamos com calma Tenma. –disse o interrompendo. Iria me casar sim com ela e queria sim ter filhos, mas tudo tem seu tempo. – Quando eu voltar e ela aceitar o pedido a gente pensa nisso ham?!
 -Ah, verdade. E nem sou eu que vou casar. Nem acredito ...
 Então ele voltou a falar de novo. Passamos assim por umas 5 ou 6 horas até desembarcarmos em Inazuma.
 Robert me esperava no aeroporto e enquanto seguíamos para a sede da empresa eu ia lendo e ouvindo todos os problemas.
 Foi um pouco difícil pensar nas soluções, até por que meus pensamentos eram sempre levados a Ottawa. Passava quase todas as noites a claro pensando em como solucionar os problemas financeiros e residenciais das outras filiais. E quando em fim parava era levado novamente ao rosto da minha rosa. Me embriagava só em pensar em tê-la novamente em meus braços, sentir seu cheiro ... a tocar.
  Já estava no meio da primeira semana e nos falávamos sempre.
 A partir da segunda pude sentir uma breve mudança  nela. Demorava de mais para atender e quando fazia sempre estava com presa e podia ouvir alguém falando com ela.
 Na terceira houve uma mudança dramática. O celular não chegava a tocar duas vezes e ela já atendia, com uma voz baixa dizia que me amava e que queria que eu voltasse logo.
 A partir da quarta ela não atendia, o que me deixou preocupado. Quando chegou no final da quinta semana o celular nem chamava e foi ai que decidi voltar. Era 15 de Setembro quando decidi voltar. Cheguei na mesma tarde em Ottawa e fui direto ao endereço que Tenma havia me passando, ele também havia ficado preocupado.
 Segui direto para a mansão. Estava sozinho e por isso peguei um taxi. Depois de mais alguns minutos vendo casas e prédios pude avistar a mansão dela. Paguei a rodada e andei até o interfone e o apertei, algumas vezes e fui atendido por uma voz feminina.
 -Mansão Kirino, quem é? – ela disse, talvez seria a empregada.
 -Sou Shindou Takuto. Gostaria de falar com a Kirino Ran. – disse e percebi um breve silencio dela.
 -Só um minuto senhor Shindou.
  Ela disse e logo os portões abriram e entrei, um segurança me acompanhou até a entrada. Antes que pudesse entrar na casa um homem de uns 46 anos, alto, pele branca, cabelos grisalhos e os olhos safira, que a proposito foi o que me chamou a atenção e percebi que era o pai dela.
 -Shindou Takuto?! – Ele disse estendendo a mão.
 -Sim. –estendi apertando a mão dele.
 -Siga-me por favor.
 Ele disse indo em direção ao carro que eu nem tinha percebido chegar. Ele entrou e entrei também. Não falamos nada em todo o trajeto, até que paramos e pude ver um lugar todo gramado.
 -Você quem foi o amor de infância da minha filha? –ele não me olhou, pude perceber uma tristeza na sua voz.
 -S-sim. Senhor Kirino, onde ela está. Preciso fala com ela. – disse o olhando e então ele abriu a porta do carro e saiu. Fiquei parado por alguns segundos e então sai também. O lugar era todo gramado e havia algumas arvores,  olhei para ele, não entendi o porque dele ter me trazido até ali.
 -Senhor Kirino, não entendo por que me trouxe aqui. O que está acontecendo? –disse o olhando e pude ver uma lagrima correr pelo seu rosto olhando para o horizonte, foi quando olhei para baixo da arvore central que me dei conta de onde estávamos. Meu coração congelou, um breve suspiro de espanto escapou da minha boca semiaberta, não senti minhas pernas e pensei que iria cair.
 -Ela te amava muito. – ouvi a voz dele embargada pelo choro.
 Meus olhos ficaram marejados e algumas lagrimas escorreram. Vi ele seguir até debaixo da arvore e o segui olhando a uma pedra de mármore no chão.


            *03 – 03 – 1988
            +03 – 09 – 2013
                Kirino Ran
        Filha e amiga amada.


 Estava 03 do 09, a duas semanas atrás. Ela havia .... não ... não, não pode ser. Ela não pode ter morrido. Não a minha Ran. Não a Ran. Já estava em prantos quando me dei conta que estava ajoelhado no gramado e minhas lagrimas pingavam incessáveis sobre o nome dela naquela pedra.
  Meu peito doía, não conseguia respirar, meu estomago revirou e senti que poderia vomitar mesmo não tendo comido nada. Queria que meu coração também parasse, que eu morresse ali com ela, não aguentaria viver sabendo que não poderia mais toca-la ou sentir seu cheiro, seu sorriso tinha sessado e o brilho de seus olhos não me fascinariam mais.
 -O que aconteceu? Como aconteceu isso? COMO NÃO FIQUEI SABENDO?
 -Foi uma surpresa para todos. Ela foi sequestrada. Pediram resgate e mesmo depois de tê-los pagado eles mesmo assim a mataram. Foi um choque. N-não acreditei que eles tinham feito isso com ela ... mas depois de encontrarem o corpo e fui reconhece-lo tive a certeza. Foi horrível e trágico.
  Enquanto ele dizia podia imaginar toda as vezes que havia falado com ela, deveria ser por isso que estava tão estranha. Podia vê-la chamado por mim, pedindo socorro e sofrendo na mão daqueles desgraçados.
 - Prenderam os culpados ? Onde eles estão? – estava em pé e o segurava pela gola agora, minha voz estava realmente alta.
 -Não conseguimos encontra-los. A policia ainda está ...
 -COMO NÃO?
 -Eles sumiram Shindou. Sumiram. Ninguém nunca havia visto eles.
 - Preciso ver o corpo. Onde converso para poder ve-lo
 -Shindou. Já fazem 2 semanas não daria para reconhecer, nem se fosse no dia seguinte. Eles ... eles ... fizeram horrores com ela.
 -Meus Deus. E como reconheceu  o corpo então? Talvez nem seja ela.
 -Por isso. – vi ele colocar a mão no bolso e retirar algo que depois se mostrou um anel, o que havia dado a ela quando parti. –Ela estava com ele e também tiveram os fatores da cor do cabelo e olhos. – ele disse e eu só olhei para o anel, com certeza era ele, foi eu mesmo quem comprei. –Fique com ele. – ele me disse estendendo a mão, peguei o anel sem olhar para ele, pude ver sua sombra se afastar aos poucos e fiquei alo olhando o entardecer mais angustiante da minha vida. Meu peito doía mais cada vez que meu olhar caia sobre a pedra com o nome dela e lagrimas não paravam de cair. Olhando onde agora seria seu lugar de descanso eterno pude lembrar aos poucos de tudo que vivemos. De quando nos conhecemos, dos jogos, das brincadeiras, da nossa primeira vez e agora aqui.
 A tarde foi caindo enquanto meus devaneios continuavam, quando em fim me tomei conta já estava de noite e o pai dela já havia ido. Senti minha cabeça latejar por razão do choro. Me levantei e segui vagando até encontrar um hotel, entrei e peguei um quarto, não queria falar com ninguém, mas sabia que Tenma logo ligaria para saber como tudo havia sido.
 Peguei a chave e fui até meu quarto, ainda não sei como consegui falar ou andar ate la.
 Já estava deitado torcendo para parar de respirar quando ouvi meu celular tocar. Esperei para ver se ele desistiria, mais não. Rastejei minha mão até o telefone no meu bolso e o trouxe ao ouvido.
 -Shindou, Shindou. – ouvi ele dizer seguidamente.
 -Sim Tenma.
 -Como foi? Foi até a casa dela? – ele estava tão feliz.
 -Sim, eu fui.
 -Conheceu o pai dela?
 -C-conheci. – meu peito apertou e segurei para não chorar novamente.
 -E ela? Como está? Ela tá ai? Quero falar com ela. Passa pra ela.
 -Tenma ... – ele com certeza havia percebido minha voz.
 -O-o que foi Shindou?
 -Tenma ... ela ... ela não está aqui.
 -Não? E onde está?
 -Ela ... e-ela ... morreu Tenma. – já estava sentindo algumas lagrimas correrem quando ele ficou em silencio, talvez assimilando o que havia acabado de dizer.
 -Há! Ei Shindou? Que brincadeira sem graça é essa? É uma brincadeira não é?
 -Ah Tenma, quem dera se fosse brincadeira. – pude ouvi um sinal de surpresa.
 -Não. Não Shindou.
 Ele começou a chorar e eu também, ficamos assim por alguns minutos.
 -Desculpe Shindou. E-eu ... sinto muito. – ele tentou dizer em meio as lagrimas e desligou.
 Coloquei o celular no meu lado e fitei o teto creme do quarto. Como seria minha vida agora? Como votaria a viver sem ela?
 Passei a noite em claro e no outro dia Robert me ligou, Tenma havia lhe contato e ele já tinha mandado alguém para me acompanhar de volta a Inazuma.
 Quando desci para a recepção Italo já me esperava. Entrei no carro e seguimos ate onde o jato se encontrava.
 Enquanto subia as escadas em silencio, fui recepcionado pelos outros empregados, percebi que assim como a vida dela tinha acabado a minha também tinha ido. O jato subia e meu peito doía lembrando do seu sorriso.
 ´´Ran, meu amor, me de forças para continuar, mesmo estando sem minha alma. ``
 Fiz minha ultima prese enquanto via seu rosto sumindo nas nuvens.











  POV Kirino Ran
 Shindou havia ido embora já fazia 3 semanas e era complicado falar com ele. Passei por muitos problemas e na quinta semana fui surpreendida enquanto estava a caminho da faculdade. Senti alguém atrás de mim e algo molhado no meu rosto, comecei a ficar tonta e alguém me pegou.
 Não vi nada, mais senti ser carregada e colocada em um carro. Depois  de algum tempo me senti sento sentada e percebi alguém conversando ao fundo.

  Como você vai reagir depois de saber de tudo isso meu Takuto?

 Pude sentir algo frio passando pela minha pele e aos poucos pude sentir a dor que você também sentiria.
 Me sentia cada vez mais dolorida e sabia que se meu peito continuasse  a doer assim nunca mais poderia te ver.
 Minha cabeça latejava e meu corpo ardia, minha respiração começou a falhar. Era como se estivesse sendo dilacerada aos poucos.
 Pude perceber minha respiração faltando aos poucos até ficar sem ar, não sentia meu corpo e meu ouvido tinha um zumbido muito forte.
 Meu coração era o único que podia sentir ainda batendo, mesmo que fraco. Talvez ele ainda sinta falta de você e esteja a  espera de te encontrar de novo.
 Talvez você chore por mim, por nós. Talvez esqueça depois de algum tempo. Talvez peça para que eu volte. Será que vai continuar a viver como antes?
  Senti meu coração dar as ultimas batidas e então uma luz muito forte tomou meus olhos e senti alguém me tocar.
  É assim que acaba? É . É assim que acaba.
 Posso ouvir sua prece meu amor e lagrimas escorrem pelo meu rosto, Só espero que todo esse tempo que passamos juntos fique nas suas lembranças mais felizes e especiais.



    Fim.

 ´´Shiver`` por The GazettE. Abertura de Kuroshitsuji 2

Mesmo que a tristeza eterna te leve
Prometa-me que os nossos corações nunca irão se separar
Não importa o que o amanhã nos trará, vou lhe perguntar porque traz uma sombra às costas
Porque eu quero acreditar nas coisas que não mudam
O meu desviar de olhares, as minhas atitudes indefinidas
e as mentiras que me impedem de rir
Se você não estiver ao meu lado, agora
vou ficar corrompido por elas
Mesmo que a tristeza eterna te leve
Não se esqueça dos dias em que pensava que o adeus era apenas uma mentira
Mesmo que a tristeza eterna te leve
Prometa-me que os nossos corações nunca irão se separar

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