23 dezembro 2013

Trancado a 7 Chaves - 2 Temporada

Capítulo 6 






 Do outro ado da cidade, um moreno está sentado atrás de uma grande mesa, repleta de papeis, algumas canetas e um retrato, onde a foto nele era de dois jovens; um deles uma moça de cabelos róseos, sorria ao do jovem de cabelos chocolates ondulados. Seus olhos chocolates avermelhados estavam fixos nos azuis safira da menina na foto.
  -Tsc. O que é isso? – sua voz saiu num sussurro. Se recostou desanimado na poltrona marrom escuro, afundando-se nela, ainda com os olhos fixos na foto. – Como pode? Como pode minha Ran?
  Seus pensamentos então foram levados aos olhos assustados da mãe de sua aluna mais talentosa, nos seus olhos azuis, em seus rosto perfeito. Não entendia por que razão o pai dela havia ficado tão irritado com sua presença. Com tudo que havia dito na briga, quem passou por lá com certeza estava com uma imagem mal feita sobre ele. Poderiam até pensar que ele era algum tipo de pedófilo, ou um chantageador, quem sabe?
   ´´Não quero mais voltar para casa. Case-se com minha mãe e me adote.´´
  A voz manhosa da menina vinha-lhe a mente.
 - Tsc. Desculpe-me Skarleth.
  Bem que ele queria sumir com elas, mas como ficaria todos esses anos dedicados por sua família a empresa? Seria culpado o resto da vida pela falência da corporação. Mas o que isso valia? Valia mais do que sua felicidade? Claro que não. Se ambas aceitassem, não hesitaria nem um minuto.
 Já a algum tempo vinha acompanhando a venda de uma casa no interior de São Paulo, um estado do Brasil. Desde pequeno seus olhos sempre brilharam por esse pais e sempre teve a vontade de viver por lá. Poderia em fim, comprar a casa, se mudar para lá com elas e começar do zero novamente. Não abandonaria empresa, a deixaria em mão confiáveis e então viveria com elas.
   -Mas o que é isso?
 Disse arregalando os olhos e sacudindo a cabeça em negação.
 - Você já esqueceu a Ran? Assim tão fácil? Ela não deve ... ser ... traída assim. – diz abaixando a cabeça. O fato é que elas o fazia esquecer de Ran, e isso o deixava muito irritado. Mas Kirino ficaria feliz se ele se apaixonasse outra vez? Se acontecesse de ele se entregar novamente a outra pessoa?
  -Não! Nunca! Ran por favor, não quero  trair.
  Mas estaria mesmo a traindo? Ela não está morta? Porque teria que ser leal a alguém morto? Se desertou com um barulho abafado e algo vibrando no seu bolso da calça. Rastejou a mão direita até o bolso, tirando o celular preto e o levando em sua visão. Constatou que havia recebido uma mensagem. Passou o dedo polegar na tela, arrastando o bloqueador de tela par ver a mensagem, que depois de alguns segundos constatou ser de um numero desconhecido.
  ´´Shindou-sama, encontrei uma coisa muito interessante. Amanhã poderia ir me pegar na escola? Por favor Shin-Sama! Ah! E anote o meu numero. Skarleth aqui! Boa noite e morra de curiosidade, brincadeira morre não ´´
 Um sorriso brotou em seu rosto depois que terminou de ler. O que seria que ela queria lhe mostrar?
  Despertou com a batida na porta do escritório.
  -Mestre Shindou? O jantar está pronto.
  -Obrigado Ernesto. – Ele disse se levantando, indo até a porta, desceu a escada se dirigindo para a sala de jantar, onde comeu e em seguida se arrumou para dormir. Ainda com os pensamentos longes ele acabou adormecendo.

   MegLend Elizabeth On
  Havia passado a noite inteira pensando na Skarleth, não preocupada, até porque ela estava junto do ... Ah! O Shindou. Que susto levei ao vê-lo na minha porta daquele jeito. Meu coração parou, minhas pernas tremeram, depois o ataque de fúria do Kailone quase me matou. Com que autoridade ele poderia fazer aquilo com o MEU Takuto? E ainda com minha filha? Como pode? Ele a machucou. Ver aquilo me subiu o sangue, e depois nossos olhos se cruzaram, os meus azuis se afundaram nos chocolates avermelhados dos dele. Aquilo acabou com todos esses anos de mentira com o Kailone, minha vontade quando o vi era de correr em seus braços novamente, pedir perdão por ter me afastado mais uma vez, o beijar ... mas tinha de me conter, tinha muita coisa em jogo.
  Depois que o Shindou e a Skarleth saíram Kailone entrou em casa furioso, não se conformava dela ter o trazido até nossa casa. Não entendo a razão de tudo isso, depois que entrei ele me mandou subir para o quarto, ele iria falar com meu pai, falar sobre o Takuto, que ele havia me encontrado. Fiz o que pediu, entrei no quarto e fiquei sentada na cama, não conseguia ouvir o que ele dizia no telefone, mas meu olhar foi levado onde havia escondido todos esses anos as provas de nosso amor.
  Fui até lá e o tirei do guarda roupa, a latinha prata que compramos juntos e colocávamos todas as fotos, com ela no colo, a abri, pegando nas mãos algumas fotos, lembranças ... o cheiro dele ...
 - Ah Takuto, eu te amo tanto...
 -O que é isso?
  Não havia percebido que ele já estava na porta me encarando serio.
 -Não é nada. – disse colocando as fotos na caixa e a fechando.
 -Como assim nada? Pensei que você tinha se livrado disso ai. – sua voz saiu arrogante. O que é que ele pensa que é?
 -Do que é que ´´pensa`` que está falando? ´´Isso`` são minhas lembranças, são MEUS momentos.
 -Mas você abriu mão de tudo isso a 6 anos Elizabeth, 6 anos!
 -Abri mão do meu nome, do luxo de estar com o meu pai, amigos e com Shindou. Mas nunca das lembranças minhas com o Takuto.
 -Está ciente de que toda essa sua ´´ lembrança `` pode acabar com todos esses anos de dedicação do seu pai? – ele disse vindo na minha direção, seus olhos ... estavam escuros de ... raiva.
 - Estou bem ciente Kailone, e coloque-se no seu lugar. Me casei com você pelo meu pai, não por amor. – sua reação não foi a que pensei, ele correu os olhos pelo chão do quarto e depois os depositou em mim. Será que ele pensava que eu o amava? Passamos por muita coisa juntos, mas ... eu não o amava. Não como amo o Takuto. – Desculpe
 -Não. Você disse a verdade. Mesmo depois de anos, deveria saber que seu amor pelo Shindou não diminuiria nem um milímetro, saber que não teria chance. –seu olhar desviou dos meus, era claro agora, ele ... acreditava, acreditava que eu o amava talvez. – Admiro seu amor pelo Shindou.
 -Kailone ... eu ... – dei um passo a frente e ele recuou, por que meu peito doía assim? O que era isso?
 -Faça o que quiser ... Ran.
  Ele disse e saiu, me deixando parada olhando pro nada. Por que estava doendo? Não deveria ser assim, eu amo o Takuto, o Takuto, Kailone nunca foi nada pra mim, não como o Shindou é. Despertei quando ouvi meu celular, era uma mensagem da Skarleth, avisando que dormiria na casa do Shindou e estava bem. Me senti mais aliviada com isso, mas também receosa, e se ela descobrisse algo?
  Fui até o guarda roupa e guardei a caixa, depois desci, Kailone estava lá, na cozinha, já havia se servido. Jantamos me silêncio e assim foi a noite que passamos.


  Acordei com o barulho do chuveiro ligado. Já estava de manhã. 6:00 horas, era Kailone no banho.
  Sai da cama colocando os chinelos, fui até a porta e bati nela duas vezes.
 - Ohayo. –disse baixo o suficiente para que ele ouvisse.
 -Ohayo. – sua voz saiu rouca, quase inaudível pelo barulho do chuveiro.
  Desci até a cozinha para arrumar o café para ele. Depois da noite passada o clima ficou diferente, meu peito ainda doía em lembrar. Me sentei com uma caneca, a mesa já estava posta, o esperava descer. Encarava o chá na caneca de porcelana quando ele entrou na cozinha, pegou sua caneca, água quente, colocou o chá, tampou com o pires, se sentou na minha frente sem dizer nada. Passei as mãos em torno na caneca para as esquentar, as manhãs em Londres são geladas.
  -Vai voltar tarde hoje? – disse o olhando
  - Acho que não. – ele respondeu seco.
  - Hm .. que tal, quando voltar irmos a uma sessão de cinemaVi em cartaz um filme ...
  -Não preciso de consolo.
  Ele disse me cortando, isso não era consolo. Era? E se fosse?
  -Isso não é ´´consolo`` - disse enfatizando com os dedos em sinal de aspas. –Não podemos sairMudar a rotina?
  -Saia você e a Skarleth. – disse retirando o pires da caneca, o chá já estava pronto, pegou uma colher e com ela colocou um pouco de açúcar. – Vai ser melhor.
  -Kailone, querendo ou não Skarleth não sabe de nada e acredita que você é o pai dela.
  -Não Elizabeth. – ele disse se levantando, já estava pronto e saiu.
  -Kailone! – chamei me levantando e o seguindo, ele já havia pegado sua maleta quando o alcancei e segurava a maçaneta da porta. –Kaolone.
  -Passe bem o dia ... – disse abrindo a porta. – minha Elizabeth.
 Pronunciou baixo antes de fechar a porta. ´´ Minha Elizabeth`` o que era isso?
  Passei o resto do dia sozinha, até Skarleth chegar atarde da escola.


 A janta já estava pronta, Skarlerth estava no quarto e eu na cozinha.
 -Skarleth. O jantar está pronto. – a chamei.
 -Estou indo mamãe.

 Ela respondeu, me causando uma sensação estranha.
 -Estou aqui mamãe.
 -Sente-se. Como foi a noite? – disse a servindo a pequena já sentada.
 -Foi legal mãe, Shindou é super 10.
 -Ah, que bom. –coloquei o prato em sua frente e em seguida me servi e sentei na sua frente.
 ­­­­­­­­-Sabe mamãe, lá na casa do Shin eu vi um brasão. – ela cutucava a comida com o garfo. – Um brasão de uma escola ... hum ... um raio, Raimon! – ela disse em um pulo, aquilo me incomodou. Ele ainda guardava coisas relacionadas a Raimon? Será que lembra de mim? –Ah! E ele jogava nessa escola. Raimon Eleven, era o nome do time. Engraçado que parece que já ouvi sobre essa escola e o time. – Skarleth sempre foi esperta, herdou isso do Takuto. Sem duvida estava desconfiada de algo.
  -Deve ter sido pela televisão filha. – respondi pronta.
  - Sabe, Len e eu fomos procurar na internet sobre o time, o estranho que na foto oficial falta um membro.
  Como disse. Ela é esperta, muito esperta. E o Len também. A foto que viram foi meu pai quem havia ordenado que retirassem o meu lugar, tudo sobre mim e o time foi apagado.
  -Estranho mesmo. – disse disfarçando, fingindo estranhar também.
  -Hm ... a senhora conhece Inazuma? – ela me olhava curiosa, estava procurando algum deslize meu, alguma expressão. Como ela era igual ao pai.
  -Inazuma?! Inazuma? ... Não, não lembro. Na verdade não. Não conheço.
  -Hm... mas a senhora não é japonesa?
  Skarleth, Skarleth, ela me pegou. Levantei os olhos para a olhar .
  -Está tentando o que Skarleth MegLend? Me relacionar ao Shindou Takuto?
  -Não mamãe. Mas ... não lembro de ter dito que ele se chamava Takuto.
  -Hãm? ... – a olhei assustada, ela sorriu vitoriosa. –Ele é um empresário famoso, você acha que eu não saberia o seu nome? –disse tirando dignamente o fato de ter dito o nome dele do seu raciocínio. Mas com certeza, se ela tivesse percebido meu susto e a leve cor avermelhada que tomou meu rosto, ela já teria entendido.
  -Hm ... é mesmo mamãe. Desculpe, é que eu gosto muito do Shin. – ela disse voltando a comer.
  O resto do jantar foi em silêncio.
 - Que tal um filme? ­–perguntei, enquanto enxaguava nossos pratos.
 - Filme? Serio?
 -Sim. Depois que terminarmos, se arrume e vamos a sessão da noite no cinema.
 -Ebaaaa!!.
    Terminamos rápido a louça e antes mesmo que percebesse já estávamos prontas e seguíamos para o cinema. O entardecer estava lindo, com tons de laranja, vermelho e azul, me fazia lembrar das tardes que passava com o Shindou no cais de Inazuma. Seguíamos a pé pois o cinema era só a duas quadras de casa e também seria ótimo caminharmos um pouco.
  Quando chegamos havia já algumas pessoas na fila, enquanto entrei no meio delas para conseguir os ingressos, Skarleth seguiu até uma lojinha ao lado para comprar as pipocas e refrigerantes.
  Depois de pegar os ingressos me encontrei com a Skarleth toda feliz da vida, o que achei um pouco estranho, mas não liguei. A ajudei levar os coisas e entramos na sala de cinema, o filme já iria começar. Nos sentamos um pouco no fundo, Skarleth quem me guiou para o lugar que queria. O telão se acendeu e o filme começou, ´´ Mulan ``.
  - Oh! Que coincidência! – Skarleth disse para alguém ao meu lado, me virei para em um susto constatar que quem estava ao meu lado era o ....


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