23 dezembro 2013

Trancado a 7 Chaves - 2 Temporada

Capítulo 2 








Uma menina de pele branca, olhos chocolates avermelhados, cabelos rosas presos em um único rabo de cavalo fofo, deixando uma franja um pouco grade escorrer no seu rosto redondo e liso. Usava uma blusa branca longa com duas pregas na frete de alcinha, um short leg preto com um tênis branco e preto. Ela entrou e ficou me olhando enquanto ainda tentava recuperar-me.
 -Senhor Shindou? – o moreno disse se colocando ao meu lado com uma expressão preocupada.
 -Ham ... sim. – disse o olhando e voltando ao meu normal. A menina se pareci muito com a Ran, exceto pelo fato de seu cabelo ser um pouco rebelde e os olhos castanhos.- Como ela se chama? – disse baixo o suficiente para o jovem ao meu lado me ouvir.
 -O nome dela é Skarleth, senhor. – ele respondeu no mesmo tom baixo.
 -Olá Skarleth. –disse dando um passo a frente e me inclinando para olha-la nos olhos.
 -Olá. –ela respondeu sem nenhuma reação também me olhando.
 -Então você é a culpada por eu ter viajado de tão longe até aqui?
 -Não sei. Talvez sim. – ela respondeu estendendo a mão até meu pescoço e puxando minha corrente, pegando o anel da Ran. –Que bonito.
 Ela disse puxando para mais perto, me levando junto.
 -É mesmo. – respondi bobo.
 -De quem é?
 -Skarleth, tenha respeito. – ouvi Filiphe corrigir a menina, ela em resposta só fez uma careta que me fez rir baixo.
 -Deixa ela Filiphe. – disse sorrindo, ela sorriu também. – Na verdade era ... – um breve aperto no meu peito me trouxe de volta a vida. – Ele era da minha namorada. – Havia me esquecido de Ran enquanto meus olhos estavam na pequena. Voltei a mim a tempo de vê-la desmanchar o sorriso.
 -Desculpe. –ela disse sem graça.
 -Não foi nada. – disse a olhando, seus olhos eram tão ... tão ... profundos. Se tivesse tido uma filha com Ran, com certeza seria como ela. –Vai mostrar-me o que sabe fazer? Skarleth?–ela fez que sim com a cabeça, Filiphe acompanha-la até onde os instrumentos se encontravam. Vi ela ir até a bateria se acomodar e começar a tocar um rock clássico. Depois ela pegou a guitarra e tocou perfeitamente a mesma musica. Logo em seguida seguiu para o piano onde tocou Aitakute Aitakute, impressionou-me tocando todos os instrumentos da sala.
 -E então? –ela disse ainda com um pandeiro na mão. Percebi ela correr os olhos por todos nós.
 -Você é muito boa Skarleth, muito mesmo. – disse a olhando fazendo com que ela desviasse o olhar. – Você quer estudar aqui? – disse e ela levantou a cabeça rapidamente surpresa.
 -Quero, quero sim.
 -Está preparada para aguentar a rotina de ensaios e tudo?
 -Há, não duvide de mim, posso surpreender. – ela sorriu confiante. Havia mesmo nos surpreendido e claro que ela tinha certeza que gostaríamos de financia-la.
 -Certo. Traga seus pais amanhã aqui e conversaremos sobre sua matricula. –disse e vi que ela tomou um leve susto. –Algum problema?
 -Hm .. na verdade sim. Meus pais são muito ocupados. –sorriu fraco. – porque não me dá o que eles precisam assinar e peço a eles em casa?
 -Mas precisaria falar sobre outras coisas com seus pais.
 -Tipo o que? Pode escrever em uma papel e eu o entrego para eles responderem.
 -Há algum problema em seus pais virem aqui Skarleth? – Filiphe disse com uma cara desconfiada. Em partes estava ficando também.
 -N-não. É so q-que meu pais são ocupados e para eles virem aqui teriam de marcar hora e dia e demoraria muito. Como disse se me der os papei, eles assinam e eu entrego amanhã. – ela deu um leve sorriso, era estanho isso, mesmo que fosse muito ocupado pararia de bom grado para ver um sonho da minha filha. Seus olhos pareciam pedir para que eu acatasse sua prese, não teria como negar, ela havia me conquistado.
 -Tudo bem. Filiphe, traga os papei para entrega-los a ela. Tudo bem assim Skarleth?
 -S-sim. –ela sorriu, um sorriso lindo.
 -Que bom. –sorri também, como um bobo.
 Filiphe foi até uma mesinha, puxou uma das gavetas, tirou alguns papeis e veio até nós entregando a ela que os pegou.
 -Amanhã trago todos assinados. –ela disse se curvando, Benjamin a acompanhou até a saída. Vi que Filiphe não havia gostado muito, mas quem decidia era eu não era?
 -Com certeza ela não mostrará aos pais senhor Shindou. –ele me dizia enquanto caminhávamos pelo corredor.
 -Ela vai sim Filiphe. –dizia sem o olhar.
 -Isso pode desorganizar a empresa. Há varias crianças que tem o sonho de entrar na empresa, já tentaram dar o mesmo golpe.
 – Filiphe. –parei e me virei para ele. – Eu assumo a responsabilidade, além do que foi você que me chamou até aqui. –ele se assustou e eu continuei a andar. Percebi que ele ficou ali parado, o que me fez sorrir por vê-lo sem reação.
 Passei a tarde na empresa vendo as aulas e nenhum dos alunos me impressionaram. Logo que anoiteceu segui para um hotel, peguei um quarto, tomei um bom banho e fiquei lembrando de como Skarleth me fez esquecer por alguns segundos da morte da Ran. Se a fama a alcançar será que essa pequena continuará cativante? Ou isso acabará com a sua infância? E seus pais?
 Pensando nisso acabei dormindo.

 Skarleth ON
 Feliz, feliz, super feliz. Era como eu estava me sentindo. Havia acabado de fazer uma apresentação para os donos da empresa que sempre quis estudar. Havia ido muito bem e agora voltava para casa. No caminho pude dar uma olhada nos papeis e constatar que não havia nada de mais. Logo cheguei em casa, a porta estava aberta, meus pais já deveriam ter chegado. Entrei, fechei a porta e minha mãe apareceu na porta da cozinha.
 -Bem vinda filha. – ela disse sorrindo seguindo até mim enxugando a mão no avental florido amarrado na cintura. Ela estava com uma blusa preta e uma causa jeans isso dizia que tinha chegado a pouco tempo. Seus cabelos rosas estavam presos em um coque fofo. Minha mãe é portadora de uma beleza muito grande o que deixa meu pai com muito ciúmes. Junto de seus cabelos exóticos os olhos azuis safira chamam muita a atenção.
 -Obrigada mãe. –disse indo de encontro com ela.
 -Onde estava?
 -Dando uma volta. –menti, ela me olhou desconfiada.
 -E esses papeis? O que são? – ela disse estendendo a mão para que eu desse a ela, recuei e ouvi um barulho vindo da cozinha. –Oh não! – ela disse em um grito e voltou as pressas para a cozinha e eu a segui. Vi que era a  agua do macarrão que ela fazia que havia caído. Ela resmungava alguma coisa enquanto me virava pra ir até meu quarto. Havia dado somente alguns passos quando a porta da frente se abriu, me virei e vi meu pai entrando. Ele era um pouco mais alto que minha mae, tinha cabelos pretos lisos, pele branca, olhos negros, o que era muito estranho. A algum tempo atrás havia pesquisado sobre genes e DNA na internet, e descobri que sempre um filho carrega algo dos pai, mas comigo é diferente, não tenho nada do meu pai. Nem os olhos, nem o desenho do rosto e muito menos o tipo de cabelo.
 Ele gosta de qualquer musica e eu curto rock e clássicos;
 Ele gosta de limonada e eu de suco de morango;
 Ele odeia chocolates e eu amo;
 Ele tem o cabelo liso e o meu é meio encaracolado;
 Meus olhos são chocolates avermelhado e os dele negros;
 Prefiro futebol e ele natação.
  Exceto pelo nome, não temos nada em comum.
 -Bem vindo de volta papai. – disse sorrindo e ele correspondeu.
 - Obrigada filha. Onde vai?
 -Vou para o quarto.
 -O que são esses papeis? – ele disse olhando para eles.
 -Há, não é nada. É só uma coisa para um trabalho de escola. –menti de novo, ele deu um sorriso fraco.
 -Desça logo para conversarmos.
 -Sim papai. – disse e continuei a subir a escada.
 No meu quarto, me troquei rápido e me sentei na cama pensando em um motivo para dar os papeis a meus pais. Meu pai nunca gostou do fato de eu tocar e ser boa em musica clássica. Já minha mae, preferia não dizer nada , mas sempre me dizia para evitar passar em frente a empresa.
 Meu sonho desde menos era estudar ali, e por isso me dedicava tanto, mas meus pais não aceitariam. Tinha que ver um momento em que estivessem com presa, assim assinariam sem nem mesmo perguntar o que era.
 Logo ouvi meu pai chamando. Desci, a mesa já estava posta e nos sentamos para comer. Minha mãe colocou a comida para nós e começamos a comer em silencio.
 Ela sempre cozinhava muito bem.
- Esta muito bom querida. –papai cortou o silencio com o elogio que segui.
- Esta bom mesmo mamãe.
 -Obrigado meus amores. –ela respondeu colocando um pouco de suco para nós. – Como foi o dia hoje filha?
 -Hm... bom. – disse entre uma garfada e outra.
 -Bom? –Ela insistiu, com certeza já havia desconfiado.
 -Foi mamãe. – respondi sem olha-la nos olhos.
 -O que são aqueles papeis?
 -Que papeis, papai? –me fiz de desentendida, mas não adiantou nada, teria de contar a verdade.
 -Aqueles que você segurava quando entrei.
 -Há! Não é nada. –sorri fraco
 -Nada? Então não se importaria de traze-los aqui para vermos. – mamãe disse me olhando.
 -Não é nada de mais mamãe. –tentei mentir de novo.
 -Vá pega-los Skarleth. –ela respondeu firme.
 Não teria outra saída. Me levantei e fui até o quarto, peguei os papeis e desci, antes de entrar novamente na cozinha pude ouvi-los conversar algo bem baixo, como não entendi entrei e eles me olharam sérios. Estava segurando os papeis enrolados em um cone junto ao peito, podia sentir meu coração acelerado, se os mostrasse agora nunca deixariam mesmo eu estudar lá.
  -Vamos Skarleth. –meu pai disse impaciente.
  -Papai, antes de brigarem comigo ou algo do tipo, poderiam levar em conta que é uma coisa que eu amo muito –da expressão seria meu pai passou para uma de raiva, já deveria ter entendido o que eram os papeis. – Por favor, entendam. É importante pra mim. –disse e estendi os papeis, que meu pai pegou lendo o slogan .
 -Corporação Shindou´s? Você está louca Skarleth? – ele disse jogando as folhas no chão, sua voz áspera me causava calafrios. – O que já conversamos sobre isso? Nunca, nunca mesmo. Pode desistir.
  -Porque pai? Eu amo a musica clássica, amo o que faço e essa é a melhor empresa do ramo. –minha voz saia manhosa, algumas lagrimas teimavam em escorrer, não de tristeza, mais de raiva, raiva por ser impedida de fazer o que gosto. Por que? Por que?
  Em um breve mover de olhos pude ver a figura estática da minha mae, seus olhos pareciam marejados, mas não dizia nada.
 -Não me interessa, tire isso da sua cabeça, não vai estudar lá, nem hoje, nem amanhã, nem nunca. Está me escutando Skarleth? Está me escutando?
 -Eu te odeio, te odeio, te odeio muito. –disse gritando –Odeio ser sua filha, não, odeio ter você como pa... –antes que terminasse de falar, senti algo pesado contra meu rosto que me fez desiquilibrar e cair de mal jeito no chão, causando um forte barulho.
 -Kailone!  - ouvi minha mãe gritar e o empurrar, vindo em minha direção. –Filha!
 -Eu te odeio, odeio, você não é meu pai, não é! –disse me levantando, minha mãe estava assustada, peguei as folhas do chão e subi para o quarto pisando firme. Meu rosto ardia e meu corpo doía por causa do tombo. Estava na minha cama quando ouvi minha mãe entrar.
 -Filha. –ela disse baixo se aproximando de mim.
 -Ah mamãe, porque ele não entende? Eu amo a musica, a senhora me entende? –disse a olhando.
  -Entendo meu amor. – ela me abraçou.
 -Então por que não disse a ele? Convença ele mamãe. Sussurrava em meio ao abraço. Passamos algum tempo assim até ela me soltar.
  -Meu amor eu te amo, muito, muito mesmo. Mas é melhor tirar isso da cabeça meu anjo. Será melhor. –ela disse se levantando e seguindo para a porta. –Pense bem meu amor, vai ser melhor assim.
 Ela disse saindo e fechando a porta. Ainda não entendia a razão pra isso tudo. Me deitei na cama ainda com algumas lagrima escorrendo quando ouvi um som tomar meu quarto, e uma luz que vinha da minha cômoda, era meu celular. Fui até ele e vi no visor o nome Ruan, peguei e o atendi.
 -Alô. –disse sentando na cama.
 -Oi Skarleth. –ouvi sua voz animada. Éramos amigos a um bom tempo, mas ultimamente venho me sentindo diferente com ele. Gosto de ouvir sua voz, ele me entende, me escuta.
 -Oi Ruan.
 -Tudo bem?
 -S-sim, por que? –gaguejei, minha voz ainda estava manhosa pelo choro recente.
 -Sua voz ... está diferente. Ficou resfriada? Disse para não tomarmos sorvete aquele dia.
 -Estou bem. N-não  foi o sorvete. –disse um pouco envergonhada, lembrando da bagunça que havíamos feito aquele dia,
 -Porque está falando assim então? Ah! E como foi lá na corporação?
 -Foi bem.
 -Então vai começar a estudar lá?
 -Vou. –menti
 -Serio? O que fez para seus pais concordarem?
 -Eles não concordaram Ruan, mas vão.
 -E o que pretende fazer?
 -Não sei ainda, mas vou conseguir. Quero muito entrar naquela escola.
 -Na .. boa sorte.
 -Obrigado.
 -Ei, amanhã teremos o treino prolongado ta bom?
 -Prolongado? Ruan, vou precisar ir para a empresa depois da aula. Não, não Len. –disse e ouvi ele rir, um risada tão fofa.
 -Você eu deixo sair mais cedo Leth.
 -Na.. o-obrigado. –pude sentir meu rosto queimar.
 -Etto ... vou tomar um banho, acabei de chegar do treino.
 -Ah t-tudo bem. –ele riu novamente me fazendo rir também.
 -Então, até. – ele disse.
 -Até. – disse e desliguei. Deitei na cama novamente. Ruan é o filho do diretor da escola. Desde que entrei na escola sempre estivemos juntos nas divisões de sala, aulas e no futebol. Nossa amizade já durará um bom tempo e não gostaria nem um pouco de acabar com ela com um sentimento bobo. Lendel Ruan Fousseal, esse é seu nome, a algum tempo atrás me pegava escrevendo varias vezes meu nome com o dele nas folhas do caderno.
 Lendel Ruan Fousseal
 Skarleth MegLend Fousseal
 Pensando em como seria se não fossemos amigos.
 -Ahhhh!!! Para com isso Skarleth! –disse com as mãos na cabeça, a balançando de um lado para o outro. Levantei-me e fui até o banheiro, tomei um bom banho e me deitei novamente, amanhã seria um grande dia.


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